Entrevistadora: Suas narrativas têm um ritmo rápido, como pensamentos desta época acelerada em que vivemos. As personagens transitam com uma liberdade ligeira e nos prendem do começo ao fim. Já se nota isso em “O sono do vulcão”, conto que abre o livro. Como você trabalha o ritmo na sua escrita? Existe um critério?
Hugo Almeida .: O critério é o que texto agrade ao ouvido, tenha consistência e convença. E que prenda o leitor (…). O ritmo do bom texto em prosa está próximo do da poesia. Ritmo é essencial, ao lado da harmonia, da sonoridade, da verossimilhança, ainda que a situação narrada possa parecer absurda, irreal. E precisa haver uma relação íntima entre o narrado e o modo de narrar. Cada conto exige um texto diferente, específico: diálogo, descrição, fluxo de consciência, vozes cruzadas e às vezes a combinação disso tudo (…)”
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Mineiro radicado em São Paulo desde 1984, Hugo Almeida (1952) é autor de mais de dez livros, entre eles o romance Mil corações solitários (Prêmio Nestlé-1988), Viagem à Lua de canoa (incluído no PNBE/MEC de 2011), Todo mundo é diferente , Porto Seguro – outra história e Meu nome é Fogo. Doutor em Literatura Brasileira pela USP, organizou Osman Lins: o sopro na argila, ensaios, e as coletâneas de contos Nove, novena: variações e Feliz aniversário, Clarice (selecionado pelo PNLD/MEC de 2021 para o Ensino Médio).
Certos casais, seu quarto volume de contos, foi publicado pela Editora Laranja Original, de São Paulo. Dividido em dois livros, traz nove contos. No primeiro, “O sono do vulcão”, “Outra vida para Dona Olímpia”, “Conto das cadeiras”, “Dánae, muito prazer”, “O pão nosso de cada dia, vosso reino (intervalo para falar de flores)”, “A brisa na varanda”, “Trovões” e “Fogo baixo, labareda”; e, no segundo, “Amor radioativo” (“O destino nos ligou tanto, que não podemos suportar a ideia de vidas separadas”).
(foto: Bárbara Braga)
“A obra de Almeida oferta no título a matéria de que se faz: histórias amorosas desaguadas no casamento e nas famílias que daí se originam. […] Uma mesma situação nunca é mesma, mas é desmentida, em conflito com a perspectiva do outro […]”
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Nilma Lacerda Escritora
“Nove contos de um conjunto dividido em duas partes. Na primeira delas, em uma estrutura que tende para o romance, a desconfiança prevalece em meio a situações obscuras. […] [Para o autor], ‘o ritmo do bom texto em prosa está próximo do da poesia’.”
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“Chama a atenção no autor sua melhor qualidade, o manuseio da linguagem que, em fluxo contínuo, dá unidade a todas as narrativas desse livro exemplar.”
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Álvaro Cardoso Gomes Escritor e professor doutor aposentado da USP
“Deslocar o leitor para 10.000 m de altitude não é proeza para escritor qualquer. É preciso propulsão e, a um só tempo, tirocínio. […] Logo se evidencia o rodízio de personagens, as ligações entre eles.”
( Da orelha do livro )
Beatriz Magalhães Escritora, arquiteta e artista plástica
“O erotismo irradiará de uma narrativa a outra, do mesmo modo como transitam as personagens destas histórias. O conjunto ganha uma textura de romance sem perda de autonomia e da consistência dos contos.”
( Da contracapa do livro )
Francisco de Morais Mendes Escritor e jornalista
“Textos que misturam diálogo, descrição, fluxo de consciência, vozes cruzadas e, às vezes, a combinação disso tudo […] Com frases curtas, Hugo Almeida exibe uma técnica inédita: frases insinuantes ou ditas em sussurros aparecem com letras em corpo menor e outras em itálico.”
( link para o texto )
Adelto Gonçalves Prof. doutor em Literatura Portuguesa e Espanhola (USP)
“Hugo é um escritor refinado, de maneira que é preciso mantermos a atenção ao que escreve, isso nos é exigido claramente. Nada mais justo do que dedicarmos nosso tempo a uma obra de arte, que certamente levou tempo para ser elaborada. Percebemos um trabalho apurado para conciliar forma e conteúdo e isso é raro em um escritor.”
( link para o texto )
Whisner Fraga Escritor, criador do canal Acontece nos Livros.
“Hugo escreve solto, com uma voragem, uma coragem certeira de não errar, num estilo cativante e peculiar […] Hugo mais sugere que descortina. Ele nos coloca (texto e leitor, leitor e texto) numa roda-gigante de ambiguidades, em tramas feitas de neblinas. Os contos do livro surgem e se desenvolvem em ambientes de sombras e luzes esparsas.”
( link para o texto )
André di Bernardi Poeta e jornalista
O poeta, ator e empreendedor Nuno Arcanjo Almeida – que é filho do autor de Certos casais – fez a leitura do conto “O pão nosso de cada dia, vosso reino” na live de lançamento do livro. Assista ao vídeo de oito minutos clicando na imagem.
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